sexta-feira, 25 de junho de 2010

[Música] "Coloriduxx e Felixexxx ...s2"

Bem, quem aqui nunca teve uma banda ou artista preferido ?

Seja ele quem for, esteja na ativa ou não, certamente a música já deve ter sido motivo de boas conversas e discussões com amigos e conhecidos.

Seja por motivos de comparação ou implicância sadia mesmo, daquela que a gente adora fazer com os amigos.

Assim como a tal "rivalidade entre bandas". Aquela velha história de que "se você gosta de banda X, NÃO deve gostar de Y em hipótese alguma", bla bla bla ... acho isso idiotice também, mas isso já me rendeu boas risadas.

Porém, na questão dessas bandas "coloridas" e "alegres", acho realmente complicado.

Venho tentando entender a configuração de tal movimento. Estabelecer correlações entre tantas vertentes conhecidas e com  importância histórica e cultural, como o  rock progressivo, o punk, o heavy e o thrash metal, o hard rock, o grunge, o britpop e até mesmo mais recentemente o revival do rock de garagem, com fortes influências do blues - d eonde começou tudo.

E não consegui entender nada, rs. Quer dizer, algumas coisas eu venho percebendo.

Nos últimos anos, passamos pelo martírio que foi o emo. Bandas péssimas, com pouca ou nenhuma diversidade de canções, e um visual com estética ora um pouco gótica, ora despojada. E expressões tristes. muito tristes. Não importava mais nada, o quanto tocassem ou soassem mal, a banda tinha que ser triste e estar com o visual dentro das duas concepções anteriores.

Felizmente, o boom emo perdeu sua força.

Perdeu ? Que nada. O emo parece ter sofrido alguma mutação.

E como resultado, temos uma nova vertente, exatamente o oposto da anterior. O rock colorido.

Se antes  deveria-se ser triste, e expressar aos quatro cantos que ninguém te entendia ou se importava e que o mundo era um lugar ruim, hoje a regra é se fazer exatamente o contrário.

Sim ! Se vestir com cortes berrantes e roupas em tamanho infantil, cabelos caprichosamente desarrumados,e cantar sobre coisas igualmente redundantes, porém de forma sempre otimista.

Aqui no Brasil, as bandas Cine e Restart são as mais "notáveis" de tal movimento. E, realmente, não há como não "notá-los", pois ao vê-los você tem a mesma impressão de estar olhando para um episódio de desenho japonês ficando a beira de um ataque epiléptico, tamanha a diversidade de cores fortes.

                        
                 Membros da banda Cine e Restart juntos. Dá pra saber quem é quem ? rs



Porém, vamos ao que importa : o trabalho autoral das bandas.

Não há o porque de avaliar cada uma separadamente, pois tratam de temas iguais.

 São canções vazias, feitas milimetricamente para pessoas vazias. Geralmente adolescentes ainda imaturos e que ainda não possuem o menor pensamento crítico. São um público nada exigente, e que está ainda "se descobrindo, se definindo" como seres humanos. E, principalmente, que consomem e vêem música de uma maneira completamente diferente da nossa quando tínhamos tal idade.

São um público nada exigente, e que está ainda "se descobrindo, se definindo" como seres humanos. E, principalmente, que consomem e vêem música de uma maneira completamente diferente da nossa quando tínhamos tal idade. E geralmente com imensa disponibilidade de tempo e infindável disposição para darem quantos posts, plays, follows, tweets e sei lá mais o que forem necessários, já que tais bandas e seus fãs se criam basicamente na internet.


A um mês atrás, um episódio que mostrava a "dedicação inabalável" dos fãs do Restart dominou a Internet. Uma produtora agendou uma sessão de fotos com os membros da banda e os seus fãs, distribuindo pulseiras que permitiam a entrada para apenas 250 "privilegiados". Porém, um número muito maior apareceu no lugar, e por medidas de segurança (rs), a sessão foi cancelada, dando início ao um divertido, triste e verdadeiro retrato da pré-adolescência brasileira fã de tal gênero musical :


Fãs da banda Restart se irritam com cancelamento e maus tratos





Entre as pérolas ditas pelos inconsoláveis guris, uma parece já ter entrado nos anais (ops ...) do linguajar coloquial brasileiro : o "puta falta de sacanagem" solto pela estudante Georgia Massa a cada dia ganha mais força e adeptos. Não estranhe se por aí você presenciar alguma pessoa dizendo essa frase ao se deparar com uma situação adversa.


A menina ficou tão "famosa" que depois se encontrou com os membros da banda :


Georgia Massa se encontra com a banda Restart  

Ao verem indivíduos que se comportam como eles, que se expressam como eles, se vestem como eles e com canções que tratam especificamente dos "únicos" temas que existem ou que parecem importar em sua realidade - paixonites, festas ; o que vestir para ir em festas ; arrumar uma paixonite em uma festa ... rs -, não tem erro : os caras se tornam ídolos dessa molecada,  e do nada. E seus fãs irão acompanhá-los fielmente, e por toda a "eternidade" que parece ser a puberdade.


entrevista com fã da banda Restart


A questão é : no que poderá se transformar o "happy rock" daqui a alguns anos ? Eu fico com medo - e dor nos olhos - só de pensar ...


                                                              Evolução ...



segunda-feira, 21 de junho de 2010

Vazio

Sempre vejo alguém reclamando do vazio.

Dizendo que se sente vazio. Que um lugar vazio é chato, ruim. Que uma pessoa vazia nada pode acrescentar.

Pois bem, hoje eu saio em defesa do que em determinados momentos é a minha única companhia, me ouve sem reclamar, sem pedir nada em troca : sim, o vazio.

O vazio não pode ser considerado tão inútil..

Como ele pode ser nada, se ele pode ser preenchido ?

Como pode ser esquecido, se ele sempre faz alguém se lembrar ?

O vazio conforta, por indicar que existe algo para ali ser encaixado.

O vazio liberta, por permitir que algo dali saia.

O vazio completa, por permitir a união entre o que é tudo e o nada.

Sendo assim, nada somos sem o vazio.

De volta ao front...

Após um bom tempo sem postar, estou de volta ! rs

E com uma enorme quantidade de coisas para escrever. Aos poucos, estou voltando à realidade. A realidade que tanto gosto, e que cuja distância me fez mal sem que eu pudesse me preocupar, já que estava distraído demais para ter tempo para si mesmo.

Quem quiser se ligar aí, ficarei feliz. Mas caso contrário, terei um bom lugar para servir de "confessionário", haha.


Até mais !